sábado, 4 de outubro de 2014

Crítica: O Protetor (2014)

The Equalizer, EUA, 2014

Direção: Antoine Fuqua.
Duração: 131 minutos.
Classificação: 16 anos.
Gênero: Ação / Policial / Suspense



Em filmes anteriores, como "Dia de Treinamento" e "Atirador", os detalhes técnicos tinham sidos cuidadosamente calculados, conseguindo realizar uma boa mistura de cinematografia e edição. Isto se repete neste filme, mostrando que Antoine Fuqua sabe executar em cena o que ele tem em mente no papel. O problema é que em questão de trama ele sempre apresenta mais do mesmo (assista Dia de Treinamento, Lágrimas do Sol e/ou Atirador que você irá entender). Ele já está dirigindo filmes desde o início dos anos 90 e nunca trouxe nada de inovador, apenas o que parece ser mais um episódio de séries policiais, como CSI. Neste filme não é diferente, a parte técnica é boa, porém a história do filme faz o espectador pensar "Já assisti isto antes", confirmando de que Fuqua jamais irá brindar o público com algo diferente.


Denzel Washington interpreta um ex-agente que troca o trabalho de oficial de combate ao crime por uma vida pacata, porém sem deixar de fazer justiça com as próprias mãos. Todas as especulações sobre o ator conseguir uma indicação ao Oscar pelo fato de retomar a parceria com Fuqua (parceria que lhe rendeu o Oscar de Melhor Ator por "Dia de Treinamento"), vão por água à baixo neste filme. Não que a sua atuação esteja péssima, longe disto, mas não tem aquele fator "uau" na sua performance. Na verdade, o filme também não tem aquele momento "uau", apenas se trata de um thriller policial que é bom e consegue se manter coerente do início ao fim, mas que não irá mudar sua vida. O filme usa muitos clichês desse gênero, como o fato do policial fodão, que no caso é o Denzel Washington, sempre resolver qualquer problema, por mais difícil que pareça, ou o simples fato dos personagens serem estereotipados (o policial justiceiro fodão; a vítima indefesa; o vilão louco tatuado).

Mas o filme não vive só de pontos fracos. Como foi dito anteriormente, os aspectos técnicos do filme são bons, mas fora isto o longa surpreende e o público com cenas e sequências bem montadas e com alguns diálogos bem roteirizados (eu diria até "Tarantinescos"). Em relação a atuações, o filme mais acerta do que erra. Fora Denzel Washington, o grande destaque do filme é a atriz de 17 anos Chloë Grace Moretz, que faz a prostituta maltratada pela máfia, e que é protegida pelo nosso protagonista. Essa dupla conduz muito bem o filme, demonstrando uma boa dose de drama, medo e humor. Porém, o lado ruim das performances fica por conta dos vilões, que com o pouco material que tem, não conseguem apresentar ao público nem um pouco de carisma ou de perigo.



Por fim, O Protetor é um filme bem dirigido e bem atuado, mas que precisava ir além dos clichês. Antoine Fuqua acrescentou mais um filme legal porém esquecível para a sua filmografia pobre, enquanto Denzel Washington mais uma vez interpretou um policial, que qualquer ator do planeta poderia fazer.


Nota: 6,7

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